PAULO DAMIÃO
Portugal, 1975
ARTE PERIFÉRICA
Pintura como forma de Pensamento
Este conjunto de trabalhos que apresento é o resultado dos registos que tenho desenvolvido sobre os processos que se desencadeiam no pensar a Pintura, o desenho e, consequentemente, no que se torna visível e invisível na obra final.
O desenho funciona aqui quase como um «frame» cinematográfico, uma ideia prévia sobre o que poderá acontecer num outro plano físico, materializado num conjunto de cores e formas. São trabalhos-testemunho das problemáticas que se levantam durante o processo de «fazer»; o que é que leva à criação, o que é que faz continuar ou terminar determinado trabalho.
O artista é também ele próprio a continuação do seu trabalho? Ele é a sua obra para além daquilo que faz? E o pintor, é sempre autobiográfico sempre que decide pintar? A honestidade desse processo tem que ser sempre claramente perceptível?
Este questionamento contínuo sobre a posição social, estética, intelectual do artista no mundo tem sido o núcleo central das minhas preocupações enquanto artista, e estes trabalhos demonstram, de alguma forma, uma espécie de inquietação que se traduz no fazer compulsivo e metódico destes trabalhos que apresento
Paulo Damião